sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Segunda parada: dezembro de 2009

Ainda no Departamento de Arte Dramática da UFRGS, ocorre a possibilidade de retomar/iniciar a pesquisa de 'Docemente Pornográficos'. Com a orientação do professor e diretor teatral Humberto Vieira para a disciplina de Dramaturgia do Encenador, retomo o tema da intensidade das relações. Agora, o experimento analisa o quão sedutora uma pessoa pode ser. Apesar da mídia ditar um padrão estético para definir a plenitude da sensualidade e do desejo, o que se propõe é contar estórias de pessoas que fogem dos padrões de beleza impostos por uma cultura globalizada e vibrante, que seduzem e se deixam seduzir de maneira plena, sem preocupações com regras e ditames impostos. Tendo como base o texto "Baal" de Brecht, o foco está no quanto cada um tem de sensual dentro de si. Não é só a figura de Baal que exala sexualidade. Na verdade, há uma troca. Baal precisa de corpo, de sexo. É o combustível que o mantém vivo. As personagens dessa montagem são carentes de afeto e de desejo. São reprimidas. Moralmente, fisicamente. E ao se  envolverem com Baal, se sentem plenas, realizadas. Baal não tem freios morais ou estéticos. Baal seduz pelo prazer de seduzir. Não está condicionado a um padrão. Ele simplesmente está ali. Pleno de desejo, pronto a estimular em cada personagem o que cada uma delas tem de melhor. 



         Partindo dessa idéia, busquei inspiração em elementos utilizados na performance anterior, fato que trouxe a essa montagem os poemas eróticos de Carlos Drummond de Andrade. Antes recitado por todas as personagens, agora eles servem de ilustração para o desenrolar da vida de Baal, para impulsionar as ações que desencadearão a trajetória da personagem. Agradecendo a participação e o empenho de Carolina Ramos, Cesar Campos, Douglas Carvalho, Márjori Moreira, Ricardo Santanna e Tati Garrido.

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